quinta-feira, outubro 29, 2009

PROGRAMA CONCENSUS: ESPECIAL SOBRE A REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI

Em alusão ao dia da Reforma Protestante do Século XVI, comemorado todo dia 31 de Outubro em todo o mundo, o Programa Concensus, da Rede Estação, canal 14, neste domingo, dia 1 de novembro, apresentará um programa especial, que abordará a relevância da Reforma Protestante do século XVI para os nossos dias.




Participarão do programa o Rev. Roberval Goes, apresentador do programa, o Rev. Jonas Madureira, escritor e editor das Edições Vida Nova de São Paulo e membro e pastor da Igreja Evangélica Betel, o Rev. Marcos André Marques, professor de Teologia Sistemática e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte em Recife e também do Rev. Gaspar Souza, pastor presbiteriano e também professor do SPN, na área de exegese bíblica.

Temas importantes serão abordados, como a filosofia da época, os pré-reformadores, os reformadores, seus pensamentos e sua relevância para os nossos dias.

Não perca, ore, assista e divulgue o Programa Concensus: Especial sobre a Reforma Protestante do Século XVI. O Programa Concensus vai ao ar todo domingo através da Rede Estação, a partir das 22 horas.

terça-feira, outubro 27, 2009

MANIFESTO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

Embora a imprensa escrita, falada, televisiva e virtual não tenham dado tanta evidência (não sei se por motivo de estratégia orquestrada pelos reais interessados) foi firmado em 13 de novembro de 2008 um acordo entre a República Federativa do Brasil e o estado do Vaticano, entenda-se, Santa Sé, ou melhor, ainda, Igreja Católica Apostólica Romana, no qual diversos privilégios são dados a esta religião, em detrimento das demais, num claro afrontamento ao que garante a Constituição do País quando afirma que o estado brasileiro é laico.
O acordo Vai além de benefícios concedidos aos membros do Vaticano, tais como status de passaporte diplomático, chegando até a benefícios de patrimônio imobiliário, entre outras coisas.
Reunida em março deste ano na cidade de São Paulo, em sua reunião ordinária, a Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil (CE-SC/IPB) nomeou uma comissão de notáveis, formada por especialistas na área do Direito e também de relações intereclesiásticas, que deveria estudar e, confeccionar um manifesto em nome da IPB sobre este acordo.
Após algumas reuniões, a comissão redigiu um documento, que foi tomado como sendo a posição oficial da IPB sobre o assunto. Este importante documento é assinado pelo Rev. Roberto Brasileiro, mui digno, Presidente do Supremo Concílio da IPB e nós o transcrevemos na íntegra logo abaixo:

Manifesto da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre o acordo firmado entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, e a “Lei Geral das Religiões” (Projeto de Lei n.º 5.598/2009 e o PLS 160/2009)


 
A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, representada pelo Presidente do seu Supremo Concílio, diante do momento atual, em que forças organizadas da sociedade manifestam sua preocupação pela aprovação do texto do Acordo que vem labutar contra a laicidade do Estado Brasileiro e cercear a liberdade religiosa através de manifesta preferência e concessão à Igreja Católica Apostólica Romana de privilégios por parte do Estado Brasileiro, em face dos termos do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, firmado no dia 13 de novembro de 2008, vem a público, considerando que:

I. - O Vaticano, embora um Estado Soberano e Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional, é a sede política e administrativa da religião Católica Apostólica Romana e, portanto, um Estado Teocrático. Todo acordo entre Ele e o Brasil que contemple matéria envolvendo assuntos referentes à dimensão da fé e não a assuntos temporais agride o princípio da separação entre Estado e Igreja, que é uma conquista obtida pela nação brasileira e se constitui na base da nossa República;

II. - Para Igreja Católica Apostólica Romana, as demais religiões e seus ritos próprios são apenas “elementos de religiosidade” preparatórios ao cristianismo verdadeiro, do qual ela é exclusiva detentora: “Com efeito, algumas orações e ritos das outras religiões podem assumir um papel de preparação ao Evangelho, enquanto ocasiões ou pedagogias que estimulam os corações dos homens a se abrirem à ação de Deus. Não se lhes pode, porém atribuir à origem divina nem a eficácia salvífica ex opere operato, própria dos sacramentos cristãos. (DECLARAÇÃO "DOMINUS IESUS" SOBRE A UNICIDADE E A UNIVERSALIDADE SALVÍFICA DE JESUS CRISTO E DA IGREJA);

III. - A identidade jurídica peculiar do Vaticano, a apresentar-se ora como Estado, ora como Religião, facilita a tentativa de ingerência e pode confundir administradores sobre os limites das concessões, quando tratam de assuntos que transcendem aqueles meramente administrativos e temporais. E, por ser o Vaticano um Estado, não pode impor ao Estado Brasileiro a aceitação de sua religião e da Igreja que representa para a obtenção de privilégios e vantagens diferenciadas;

IV. - É inegável que tal Acordo é flagrantemente inconstitucional, pois fere a Constituição da República, que destaca em seu artigo 19: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las, embaraçarlhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; (..); III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. Ora, o Estado do Vaticano é o REPRESENTANTE da Igreja Católica Apostólica Romana. O ACORDO, portanto, é INCONSTITUCIONAL e não pode prosperar num Estado Democrático de Direito, pois fere a cláusula pétrea da Constituição da República no caput do Artigo 5º, ou seja, o princípio Constitucional da ISONOMIA;

V. - Que o referido Acordo Internacional nos artigos 7º, 10º e, principalmente, 14º, impõe DEVERES ao Estado Brasileiro para com a Igreja Católica Apostólica Romana nos planejamentos urbanos a serem estabelecidos no respectivo PLANO DIRETOR, que deverá ter espaços destinados a fins religiosos de ação da Igreja Católica Apostólica Romana, contemplando a referida Igreja com destinação de patrimônio imobiliário;

VI. - O termo católico após a expressão “ensino religioso”, contido no Acordo, afronta a previsão do § 1º do artigo 210 da Constituição da República, que preceitua: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. O Acordo com a Santa Sé consignou no § 1º do artigo 11 que: “O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental...”. Trata-se de evidente discriminação religiosa;

VII. – a aprovação pelo Congresso Nacional do referido Acordo conferiu privilégios históricos à Igreja Católica Apostólica Romana em nosso País reconhecendo-os como direitos, constituindo norma legal, uma vez que acordos internacionais, conforme a Constituição de 1988, têm força de lei para todos os fins. Aquilo que a história legou, a cultura vem transformando e o Direito não pode aceitar por consolidar dissídio na sociedade brasileira, que tem convivido de forma tolerante com o legado, mas não o admitirá como imposição contrária ao direito à liberdade de consciência, de crença e de culto, amparado pela Carta Magna e pelo Direito Internacional;

VIII. - De igual forma, o Projeto de Lei n.º 5.598/2009 e o PLS 160/2009 denominado “Lei Geral das Religiões”, já aprovado pela Câmara Federal e pelo Senado, mero espelho do Acordo, incorre nos mesmos equívocos de inconstitucionalidade e desprezo à laicidade do Estado Brasileiro, estendendo as pretensões da Igreja Católica Apostólica Romana a todos os demais credos religiosos. O nivelamento no tratamento pelo Estado às religiões não pode ser amparado por fundamentos manifestamente inconstitucionais que agridem a soberania do Brasil e retrocede-nos ao indesejável modelo do “padroado” no Império.

Ante o exposto, em consonância com a Palavra de Deus, sua única regra de fé e prática, e com a sua doutrina, a IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL manifesta-se contra a aprovação do Congresso Nacional do referido Acordo Internacional ou de qualquer norma legal que privilegie determinada religião/denominação em detrimento de outras; não considerando a cidadania dos ateus e agnósticos também presentes no Brasil, consagrando ingerência de Estado Estrangeiro sobre o Estado Brasileiro e afrontando a separação entre o Estado e a Igreja, preservada em todas as Cartas Constitucionais da República Brasileira.

A IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL reitera sua submissão e intercessão em favor das autoridades constituídas, mas não abre mão de seu ministério profético nesta geração a denunciar todo e qualquer desvio contrário ao Estado de Direito e à Lei de Deus.

Brasília – DF, outubro de 2009


Rev. Roberto Brasileiro Silva
Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil


segunda-feira, outubro 26, 2009

MINHA INESQUECÍVEL VIAGEM À ÁFRICA

- 1ª PARTE -



A África sempre foi um continente fascinante, porém, confesso que jamais fez parte de um plano meu visitá-lo, pelo menos em curto prazo. Pobreza, bruxaria, satanismo e magia negra, foi o que sempre imaginei da África, um povo avesso ao Evangelho de Cristo.

Mapa do Continente Africano



Bandeira de Angola



O início:

Ainda no primeiro ano como diretor do Seminário Presbiteriano do Norte, recebi uma carta da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), assinada pelo Rev. Marcos Agripino, implorando que os seminários da Igreja Presbiteriana do Brasil, atendessem o apelo da Igreja Presbiteriana de Angola, uma igreja, relativamente jovem com vinte e cinco anos e, que conta com aproximadamente vinte e cinco mil membros espalhado pelo país africano. Dos seus cinqüenta e cinco e cinco pastores, apenas cinco têm alguma formação acadêmica, ou seja, cinqüenta pastores precisam, urgentemente, de serem instruídos para poderem exercer com sucesso e fidelidade o ministério pastoral.

Na mesma hora que recebi a carta, telefonei para o Rev. Marcos Agripino, falando do interesse do SPN em participar desse projeto de levar conhecimento teológico aos pastores angolanos. Ele me deu algumas informações e enviou-me, por e-mail, outras informações complementares, inclusive, com as disciplinas que deveriam ser ensinadas, bem como um possível calendário de viagens.



Da esquerda para a direita: Rev. Valdir Cunha SPBH, Rev. Marcos André SPN, Rev. Saulo SBPC, Rev. Marcos Alexandre SPB e o Rev. Marcos Agripino APMT
Retornei o e-mail informando a disponibilidade de professores para diversas disciplinas. O tempo passou, em uma das minhas viagens a São Paulo, visitei o escritório da APMT, juntamente com outros diretores de seminários da IPB e fui recebido pelo Rev. Agripino, que mais uma vez, reafirmou o desejo de que participássemos do Projeto Angola.

O Período Pré-Viagem

Feito os contatos entre a APMT e a IPA, foi acertado a minha viagem para o período de 2 a 11 de outubro, para ministrar um módulo sobre Princípios Doutrinários. As passagens foram compradas (Recife - São Paulo – Luanda – Rio de Janeiro – Recife), todas as providências tomadas, porém, o meu passaporte, que a esta altura estava em São Paulo aguardando o visto do consulado de Angola, não teve liberação para a data requerida. Por este motivo a viagem foi adiada por uma semana e foi remarcada para o período de 11 a 20 de outubro.

Não preciso nem dizer que a expectativa aumentou ainda mais, por diversos fatores, entre os quais posso destacar: (1) Algumas igrejas de Recife e região metropolitana (Igreja Presbiteriana das Graças, Igreja Presbiteriana da Boa Vista, Igreja Presbiteriana de Olinda) e outras do interior do estado (Igreja Presbiteriana de Caruaru, Quarta Igreja Presbiteriana de Garanhuns e a Primeira Igreja Presbiteriana de Petrolina) haviam feito campanha para nos ajudar a custear as despesas da viagem; (2) O que encontraria, em termos de hospedagem, alimentação e convivência com os irmãos angolanos; (3) Qual o nível desses pastores e como poderia ajudar a que pudessem entender às matérias lecionadas; (4) Como a igreja me receberia, já que logo após chegar a Luanda, iria imediatamente pregar na igreja do Rev. Antonio Bento, o atual pastor e presidente do Sínodo Geral da Igreja Presbiteriana de Angola.

A Viagem


Foto no aeroporto de Guarulhos (São Paulo) momentos antes do embarque

Enfim, chegou o dia e embarquei para Angola. Saí de Recife às seis horas da manhã, com previsão de chegada para as nove horas e quarenta e cinco minutos. Logo às dez horas, ou melhor, assim que desembarcasse em São Paulo, estariam a minha espera o Rev. Adão Carlos Nascimento e um funcionário da Editora Cultura Cristã. Os mesmos estariam de posse dos dois livros textos que seriam usados na ministração do módulo: (1) O que todo presbiteriano inteligente deve saber e (2) O Sistema Presbiteriano. Cem livros no total, cinqüenta unidades de cada. Esse último foi doação da ECC, enquanto que o primeiro foi adquirido por mim e deve ser pago em até sessenta dias.

Após quatro horas de aeroporto, enfim chegou a hora do check-in. E após cinco horas, portanto, aproximadamente às 19 horas estava dentro de um Boeing 747 imenso, de aproximadamente trinta anos de uso. A viagem cruzando o oceano Atlântico, foi tranqüila e rápida.


Momento do Embarque num Jumbo (Boeing 747)

A Chegada

Após sete horas de duração cheguei a Luanda. Apenas sete horas de duração, porém, Luanda possui um fuso horário diferente do nosso, quatro horas a mais, ou seja, cheguei às seis horas da manhã do domingo. Após o procedimento alfandegário que durou cerca de uma hora, ou um pouco mais, saí no saguão do aeroporto, onde estava esperando por mim o Rev. Antonio Bento, com uma plaquinha com o meu nome. Identifiquei-me, nos cumprimentamos alegremente e ele me ajudou a colocar as malas no seu carro uma pick-up Hillux. Partimos imediatamente para o hotel, distante cerca de dezoito Km, na região metropolitana de Luanda, chamada Bengue.



Foto pick-up Hillux do Rev. Antonio Bento

Ao chegar ao hotel, pouco tempo, ou melhor, dizendo, nenhum tempo tínhamos a mais, porém, o Rev. Bento foi gentil e me sugeriu um banho para tirar o enfado e que nos encontraríamos em trinta minutos na recepção do hotel. Findo o prazo nos reencontramos e fomos a Igreja Presbiteriana Ebenézer, na qual o Rev. Bento é pastor. Ela é uma igreja de extrema simplicidade. Um vasto salão que comporta cerca de duzentas e duzentas e cinqüenta pessoas. Neste dia, porém, talvez tivéssemos uma cento e cinqüenta, se muito tivéssemos.



Foto do culto da IPEbenézer Luanda-Angola

Quando lá chegamos o culto já havia sido iniciado. Tomamos assento com o Rev. Bento à frente no púlpito e o culto foi se desenrolando a maneira deles. Cantavam hinos tradicionais do Hinário Novo Cântico, em português, mas também, hinos contemporâneos em português e também em Kibundo, um dialeto da região de Luanda. O acompanhamento era feito com palmas, atabaque e uma espécie de chocalho, estes tocados pelas mulheres apenas. A igreja possui diversos grupos de louvor, porém, neste domingo que lá estive, apenas um de mulheres cantou. Este fato obrigou o Rev. Antonio Bento a repreender publicamente aos demais grupos que não haviam se preparado para cantar naquela manhã. Além do ritmo, das danças e de tudo o mais que chama a atenção de alguém que está diante daquela cultura pela primeira vez, destaco um alarido que é feito por algumas mulheres em todos os cânticos que são cantados, excetos nos tradicionais.



Resumo da Pregação feito pelo Rev. Antonio Bento no dialeto Kibundo
Quando me passaram a palavra, preguei como é costume meu apenas trinta minutos. Eu falei-lhes sobre a bendita esperança do cristão: A ressurreição! O sermão foi baseado na primeira carta do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses 4.13-18. Após o sermão o Rev. Antonio Bento, usou mais quinze minutos e resumiu o sermão no dialeto Kimbondo, pois os mais idosos não entendem muito bem o português, além do que eles, ao que me parece, querem preservar a língua dos seus antepassados.



Despedida após o culto
Logo após o culto, agora por volta das doze horas e trinta minutos, após ter cumprimentado cada irmão com caloroso abraço, fui conduzido ao hotel, onde almocei e dormir. Acordei as oito, jantei e novamente fui dormir até as seis horas do dia seguinte, onde deveria iniciar o cumprimento da missão que me levou a Angola.



Foto do hotel

Este foi o meu primeiro dia em Angola, na África. Breve voltarei com mais informações.
Abraço!
Rev. Marcos André Marques

quarta-feira, outubro 07, 2009

DISCURSO PROFERIDO NA ALEPE




O Sola Scriptura (que significa “somente a Escritura”) foi um dos lemas da Reforma Protestante do século XVI. Os reformadores, Lutero, Zwinglio e Calvino defenderam este lema durante os seus ministérios terrenos. Ao morrerem, deixaram uma herança teológica preciosa, que foi abraçada pela Igreja Presbiteriana do Brasil, legítima herdeira desse legado em solo pátrio.



Respaldado nas Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamento quero rapidamente tecer alguns comentários, fruto de reflexões bíblica-histórica-teológica, que dão base para a construção de escolas teológicas, que preparam pastores que servirão a Igreja do Senhor Jesus Cristo e a sociedade. Cinco, apenas cinco, serão citadas.


A primeira: Escola de profetas


Segundo o Dr. Normam Champlin, “as primeiras escolas teológicas foram organizadas por Samuel (1Sm 10.5; 19.20); e então foram firmemente estabelecidas por Elias e Eliseu, no reino do norte, das dez tribos (2Rs 2.3, 5; 4.38; 6.1)”.


Essas escolas, afirma o Dr. Champlin, “seguiam o modelo ideal hebreu da relação entre professor e alunos. Eles viviam em comunidades e o ensinamento era bíblico, e através do exemplo pessoal”.


Escolas de profetas foram estabelecidas em Ramá e, provavelmente, Gibeá (1Sm 19.20; 10.5, 10). Também havia centros desse tipo de atividade em Gilgal, Betel e Jericó. Cerca de cem estudantes teológicos, que eram chamados filhos, isto é, discípulos dos profetas, acompanhavam Eliseu. Viviam em comuna (2Rs 6.1) e alguns deles eram casados, e tinham os seus próprios lares (2Rs 4.1).


A Segunda: O Colégio Apostólico


Essa, sem dúvida alguma, é a melhor escola teológica de todos os tempos. Não pelo número de alunos, pois dele fizeram parte apenas 12 alunos. Mas pelo seu mestre: O Senhor Jesus Cristo; o Mestre dos mestres.


O curso teológico daquele colégio tinha um currículo que era realizado em 3 anos. Grandes alunos passaram por aquela escola teológica, entre os quais o apóstolo Pedro, João, Mateus entre outros, porém como já disse, o grande destaque era para o Mestre Jesus Cristo.


Outro detalhe importante nesta escola teológica foi para um aluno que entrou no curso após o termino da primeira turma. Seu nome: Saulo de Tarso, que mais tarde, ao entrar nesta escola foi chamado, simplesmente de Paulo. Humanamente falando, o mais brilhante dos alunos. Foi responsabilizado pelo próprio Mestre Jesus, para evangelizar os gentios em diversas partes do mundo. Coisa que fez com eficiência, nas suas conhecidas viagens missionárias pelo mundo da época.


A Terceira: A Escola de Tirano


Tirano era um cidadão de Éfeso (atual Turquia) em cuja escola Paulo apresentou conferências do Evangelho, por dois anos. Isto aconteceu porque os judeus de Éfeso se opuseram ao ensino de Paulo sobre o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. É o que nos relata o doutor e historiador Lucas em At 19.9-10: “Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho (que era o nome pelo qual os primeiros cristãos eram chamados) diante da multidão, Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer diariamente na escola de Tirano. Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos”.


A Escola Teológica de Tirano, portanto, formou muitos cristãos que puderam, de forma correta e abalizada, propagar o Evangelho e o Reino de Deus.


A Quarta: A Academia de Genebra


O Dr. Ronald Wallace destaque que “Depois de ser bem-sucedido em assegurar um lugar de destaque para a Palavra de Deus dentro da cidade [de Genebra], Calvino dirigiu sua atenção para a fundação de uma universidade”.


Wallace afirma que “havia duas seções na instituição como um todo. Normalmente, uma criança ia primeiro para o colégio ou Schola Privata, com sete séries, que levava gradualmente o aluno a ganhar habilidade para ler grego, latim e no estudo da dialética”. Depois vinha a academia ou Schola Publica, em que diferentes cursos eletivos poderiam ser escolhidos dentre uma variedade de assuntos oferecidos – Teologia, Hebraico, Grego, Poesia, Dialética e Retórica, Física e Matemática.


Já no primeiro ano de sua instalação, a Academia tinha cerca de seiscentos alunos e esse número aumentou em cinqüenta por cento ainda no primeiro ano, quando a escola atingiu a marca de novecentos alunos.


Theodoro de Beza, amigo erudito, sucessor e biógrafo de Calvino, “pronunciou um discurso no cerimonial inaugural em 5 de junho de 1559, apresentando uma história da educação no passado, referendo-se a como Moisés aprendeu a sabedoria dos egípcios e congratulando o Concílio por propiciar que Genebra compartilhasse da gloriosa obra de difusão de um conhecimento que estava livre de superstições”.


Desde então Genebra e a Suíça tornou-se referencial para educação em todo o mundo e em diversas épocas, fruto do pensamento e da influência do Reformador Francês.


A Quinta e última: O Seminário Presbiteriano do Norte


Fundado no final do século XIX, mais propriamente no ano de 1899, o Seminário Presbiteriano do Norte surge através da instrumentalidade de homens como o Dr. George William Butlle, que encontra em Martinho de Oliveira, um autodidata dedicado, a figura daquele, por intermédio de quem a educação teológica teria inicio, não só em nosso estado, como em todo o norte-nordeste do Brasil.


Como todo inicio, não foi nada fácil. O SPN, então colégio não dispunha de verba para se manter. Muitas dificuldades foram enfrentadas até que, em 1921, depois de dois anos de paralisação de atividades, o seminário que havia começado suas atividades em Garanhuns, transfere-se definitivamente para o Recife e tem a consolidação no ano de 1924, quando uma vasta área é adquirida no antigo beco da fábrica, vindo a se instalar nesta chácara, onde se encontra até o dia de hoje.


Nas suas hostes grandes nomes já ocuparam seu espaço, seja como docente, seja como discente. Homens como Jerônimo Gueiros, Antonio Almeida, Natanael Cortez, Samuel Falcão, Heinz Neumann, Frans Leonard Schalkwijk, entre outros, que marcaram época na história do SPN.


Após 110 anos de fundação o SPN já formou em seus diversos cursos cerca de 1751 alunos, que servem não somente a IPB, como também a outras igrejas co-irmãs. Seus ex-alunos encontram-se em diversas partes do mundo e onde quer que eles estejam, fazendo o trabalho do Senhor, poderão testemunhar do bom serviço que o seminário presbiteriano do norte os proporcionou, através dos seus mestres e da sua filosofia educacional teológica, completamente fiel as Escrituras Sagradas, a nossa única regra de fé e prática e aos símbolos de fé da IPB, ou seja, a Confissão de Fé de Westminster, o Breve Catecismo e o Catecismo Maior.


Ao concluir nossa palavra, desejamos agradecer em primeiro lugar ao nosso Deus e Pai do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que nos alcançou através da sua graça, e nos concedeu o privilégio de vivermos tão significativa data.


Agradecemos as autoridades constituídas da Igreja Presbiteriana do Brasil, mantenedora e responsável direta pela existência do SPN, aos presbitérios, igrejas e pastores parceiros e supridores da nossa casa de profeta.


Agradecemos a Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, na pessoa do seu presidente, Deputado Estadual Guilherme Uchoa, e em especial ao irmão em Cristo e Deputado Estadual Manoel Ferreira por tão significativa iniciativa.


Agradecemos ainda ao irmão em Cristo e Vereador da Cidade do Recife André Ferreira, que foi usado por Deus como canal, para que aqui estivéssemos hoje.


Agradecemos a todos aqueles que fizeram e fazem o Seminário Presbiteriano do Norte; Funcionários, professores, alunos, ex-alunos, colaboradores, amigos e simpatizantes, dizendo:


Todos nós estamos de Parabéns, porém, a honra, a glória e o louvor pertencem ao Senhor.


Soli Deo Gloria.


Amém!

(Discurso proferido na solenidade especial da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, no Plenário Joaquim Nabuco, por ocasião da homenagem aos 110 anos do Seminário Presbiteriano do Norte, no dia 21 de setembro de 2009, pelo Rev. Marcos André Marques).

GRANDES DATAS MERECEM GRANDES COMEMORAÇÕES. E GRANDES COMEMORAÇÕES MERECEM UM GRANDE MARCO

Como toda instituição e história, o Seminário Presbiteriano do Norte pode ser visto sobre três prismas: passado, presente e futuro.



No passado: em meio as dificuldades encontradas pelos candidatos ao sagrado ministério, que se quisessem uma formação teológica, teriam que se descolar até a cidade de Campinas, interior de São Paulo, surge pela instrumentalidade do Rev. e prof. Martinho de Oliveira, o seminário.


Com um inicio tão tímido, apenas dois alunos: Jerônimo Gueiros e João dos Santos, jamais se poderia pensar que ele viesse a ser uma instituição de ensino teológico tão respeitado o quanto é hoje em dia. Chamava-se nesta época Colégio Teológico. Matérias propedêuticas eram ensinadas a pequena turma, que já em 1901 tinha em seu currículo as chamadas matérias teológicas. Em 1903, a primeira mudança de nome. O Colégio Teológico veio a se chamar: Seminário Presbiterial.


Por dois anos as atividades do seminário foram suspensas por problemas financeiros, vindo a ser reativadas em 1921, agora não mais em Garanhuns, mas em Recife. Nesta época seu diretor foi o Rev. Antonio Almeida, que o regia com a denominação de Instituto Ebenézer.


1924 foi o ano que marcou o ano da consolidação do seminário que se transfere para uma chácara onde funciona até hoje, numa área nobre do bairro da Madalena em Recife. O ano de 1948 marca o ano em que o seminário mudou de nome pela última vez, e passou a ser chamado de Seminário Presbiteriano do Norte.


O presente: a atual direção do SPN não esquece nem despreza o passado. Mas com as lições dos nossos antecessores vivemos no presente pensando no futuro e na completa consolidação e restauração do nosso SPN, como uma excelente cada de profetas, que busca excelência acadêmica e vida de piedade.


Por isso não nos cansamos de planejar e projetar o futuro, como disse anteriormente, agregando experiências passadas e lutas no presente, olhamos para o amanhã, planejando hoje para que possamos nos adequar a exigências do presente, na certeza de que teremos um futuro melhor.


Investimentos são feitos em equipamentos didáticos, equipamentos de ar-condicionado, novas carteiras, novos quadros, novos livros, reformas e melhorias no campus, contratação de novos professores, educação continuada para os atuais, laboratórios de plantação de novas igrejas, viagens missionárias, realização de cultos todos os dias, estão entre as medidas que foram, estão ou serão implementadas pela atual gestão.


No futuro: Há um desejo de todos, que o SPN volte a ser uma casa de referência, entre todas as outras que compõem o conglomerado de instituições teológica da IPB. Para isto cremos que todos nós estamos trabalhando visando dias melhores, e eles com a graça de Deus virão, e o seu nome será amplamente glorificado.


Por estas razões descritas acima, cremos que esta data merece ser comemorada de forma muito especial e com o lançamento de um selo, que marque tão importante data. Com o lançamento dele, nos congratulamos com todos os que fazem o SPN, quer sejam professores, funcionários, alunos, ex-alunos e amigos.


Finalizamos nossa pequena palavra com o coração repleto de gratidão, e com a leitura na ARA do salmo 126, onde o autor descreve as grandezas de Deus dizendo: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.”.


Todos nos estamos de parabéns, porém a honra de tudo é tão somente de Deus. Glória seja dada a Ele.

(Discurso proferido na solenidade especial de lançamento do Selo Comemorativo dos 110 anos do Seminário Presbiteriano do Norte, no dia 9 de setembro de 2009, na Capela do SPN, pelo Rev. Marcos André Marques).






terça-feira, outubro 06, 2009

AINDA SOBRE OS 110 ANOS DO SPN

Achei por bem postar dois vídeos de dois momentos importantes das comemorações de aniversário de 110 anos de fundação do Seminário Presbiteriano do Norte.


O primeiro vídeo é do momento da obliteração do primeiro selo comemorativo do SPN, com a presença da diretoria regional dos Correios. Esta solenidade aconteceu no dia em que se comemorou o aniversário do SPN e foi realizada na Capela Franz Leonard Schalkwijk.




O segundo vídeo é da sessão solene da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco, realizada no Plenário Joaquim Nabuco, onde o SPN foi homenageado por iniciativa do Deputado Estadual Manoel Ferreira. Esta sessão aconteceu no dia 22 de setembro próximo passado.


Um abraço!
Rev. Marcos André Marques

segunda-feira, outubro 05, 2009

CASAMENTO DE TÂMAHA FARAH E CELSO JÚNIOR

POR ISSO, DEIXA O HOMEM PAI E MÃE E SE UNE À SUA MULHER, TORNANDO-SE OS DOIS UMA SÓ CARNE


GÊNESIS 2.14




No último dia 26 de setembro esse mandato social instituído pelo nosso Deus, mas uma vez se cumpriu desta feita no meio do meu núcleo familiar.

Tâmaha Farah, minha segunda filha, contraiu matrimônio com o jovem empresário Celso Júnior. A cerimônia foi bela e emocionante. A noiva e a mãe da noiva estavam deslumbrantes.





A cerimônia foi realizada no Maria José Recepções, na cidade de Caruaru, que estava lotada. Mais de trezentas pessoas convidadas, entre parentes e amigos do noivo e da noiva estiveram presentes ao evento.

O casamento foi co-celebrado pelo pastor Aarão Pinheiro, tio da noiva, atualmente residindo na cidade de São Paulo, onde pastoreia e por mim, pai da noiva.





Posso dizer que a cerimônia foi bela. Extremamente organizada e tocante. Muitos perguntavam para mim qual era a sensação de eu mesmo co-celebrar o casamento da minha própria filha; e eu respondi a todos que foi muito emocionante e gratificante. Emocionante porque todo pai se emocionaria em participar do casamento de sua filha, e em especial, ele mesmo celebrando. Gratificante, porque nos sentimos (eu e Jane) como que cumprindo a missão de pais cristãos que sempre desejaram o melhor para os seus filhos, e cremos que isto foi o que aconteceu, através da Providência Divina que agiu na vida de Celso Jr. e Tâmaha Farah os unindo e fazendo-os iniciar um novo lar.

O pastor Aarão Pinheiro baseou sua rápida e precisa reflexão na carta do apóstolo Paulo aos Efésios cinco de vinte e dois a vinte e sete, que diz: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”.




Nosso filho mais moço Max André, juntamente com sua namorada Amanda entoou uma bela música: As cores do amor, mas a surpresa maior aconteceu por parte da noiva, que após um inicio de cerimônia extremamente tenso, pois estava quase desmaiando, inclusive tendo que sentar e beber um copo d’água cantou uma linda canção declarando seu amor ao noivo.

Depois desse momento, assumi a direção da liturgia para realizar a cerimônia de promessas e das alianças. Outro momento emocionante e belo. Ao som da música “Meu Tributo” Dona Conceição, avó da noiva (e minha Mãe), entrou trazendo nas mãos as alianças dos noivos.

Na seqüência usei a palavra e os admoestei no Senhor, fiz um paralelo daquela cerimônia das alianças com a aliança de Deus para com o Seu povo e reafirmei aminha crença na Palavra e vontade revelada de Deus para o matrimônio: “Até que a morte os separe”. Oramos, impetramos a bênção dos apóstolos sobre todo o povo e especialmente sobre o casal e, assim a cerimônia matrimonial foi concluída.

Após esse momentos foram realizados diversos cumprimentos aos presentes e foi servido um bufê, que incluía salgadinhos, doces, refrigerantes e um jantar para todos os convidados, sem deixar de fora o tradicional bolo de noiva.

Por último, quero expressar minha gratidão a Deus por tudo o que aconteceu e desejar do fundo do nosso coração que o novel casal, construa seu relacionamento a partir dos mandamentos do Senhor exarado na Bíblia Sagrada e que sejam muito felizes.

É o que desejamos: Eu, Jane, Hellen e Max André.







Acima uma foto das famílias que se unem; da esquerda para a direita: Celso, Rosimare, Celso Jr., Tâmaha Farah, Jane e eu.



Em Cristo Jesus,

Marcos André Marques

LinkWithin