segunda-feira, outubro 26, 2009

MINHA INESQUECÍVEL VIAGEM À ÁFRICA

- 1ª PARTE -



A África sempre foi um continente fascinante, porém, confesso que jamais fez parte de um plano meu visitá-lo, pelo menos em curto prazo. Pobreza, bruxaria, satanismo e magia negra, foi o que sempre imaginei da África, um povo avesso ao Evangelho de Cristo.

Mapa do Continente Africano



Bandeira de Angola



O início:

Ainda no primeiro ano como diretor do Seminário Presbiteriano do Norte, recebi uma carta da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), assinada pelo Rev. Marcos Agripino, implorando que os seminários da Igreja Presbiteriana do Brasil, atendessem o apelo da Igreja Presbiteriana de Angola, uma igreja, relativamente jovem com vinte e cinco anos e, que conta com aproximadamente vinte e cinco mil membros espalhado pelo país africano. Dos seus cinqüenta e cinco e cinco pastores, apenas cinco têm alguma formação acadêmica, ou seja, cinqüenta pastores precisam, urgentemente, de serem instruídos para poderem exercer com sucesso e fidelidade o ministério pastoral.

Na mesma hora que recebi a carta, telefonei para o Rev. Marcos Agripino, falando do interesse do SPN em participar desse projeto de levar conhecimento teológico aos pastores angolanos. Ele me deu algumas informações e enviou-me, por e-mail, outras informações complementares, inclusive, com as disciplinas que deveriam ser ensinadas, bem como um possível calendário de viagens.



Da esquerda para a direita: Rev. Valdir Cunha SPBH, Rev. Marcos André SPN, Rev. Saulo SBPC, Rev. Marcos Alexandre SPB e o Rev. Marcos Agripino APMT
Retornei o e-mail informando a disponibilidade de professores para diversas disciplinas. O tempo passou, em uma das minhas viagens a São Paulo, visitei o escritório da APMT, juntamente com outros diretores de seminários da IPB e fui recebido pelo Rev. Agripino, que mais uma vez, reafirmou o desejo de que participássemos do Projeto Angola.

O Período Pré-Viagem

Feito os contatos entre a APMT e a IPA, foi acertado a minha viagem para o período de 2 a 11 de outubro, para ministrar um módulo sobre Princípios Doutrinários. As passagens foram compradas (Recife - São Paulo – Luanda – Rio de Janeiro – Recife), todas as providências tomadas, porém, o meu passaporte, que a esta altura estava em São Paulo aguardando o visto do consulado de Angola, não teve liberação para a data requerida. Por este motivo a viagem foi adiada por uma semana e foi remarcada para o período de 11 a 20 de outubro.

Não preciso nem dizer que a expectativa aumentou ainda mais, por diversos fatores, entre os quais posso destacar: (1) Algumas igrejas de Recife e região metropolitana (Igreja Presbiteriana das Graças, Igreja Presbiteriana da Boa Vista, Igreja Presbiteriana de Olinda) e outras do interior do estado (Igreja Presbiteriana de Caruaru, Quarta Igreja Presbiteriana de Garanhuns e a Primeira Igreja Presbiteriana de Petrolina) haviam feito campanha para nos ajudar a custear as despesas da viagem; (2) O que encontraria, em termos de hospedagem, alimentação e convivência com os irmãos angolanos; (3) Qual o nível desses pastores e como poderia ajudar a que pudessem entender às matérias lecionadas; (4) Como a igreja me receberia, já que logo após chegar a Luanda, iria imediatamente pregar na igreja do Rev. Antonio Bento, o atual pastor e presidente do Sínodo Geral da Igreja Presbiteriana de Angola.

A Viagem


Foto no aeroporto de Guarulhos (São Paulo) momentos antes do embarque

Enfim, chegou o dia e embarquei para Angola. Saí de Recife às seis horas da manhã, com previsão de chegada para as nove horas e quarenta e cinco minutos. Logo às dez horas, ou melhor, assim que desembarcasse em São Paulo, estariam a minha espera o Rev. Adão Carlos Nascimento e um funcionário da Editora Cultura Cristã. Os mesmos estariam de posse dos dois livros textos que seriam usados na ministração do módulo: (1) O que todo presbiteriano inteligente deve saber e (2) O Sistema Presbiteriano. Cem livros no total, cinqüenta unidades de cada. Esse último foi doação da ECC, enquanto que o primeiro foi adquirido por mim e deve ser pago em até sessenta dias.

Após quatro horas de aeroporto, enfim chegou a hora do check-in. E após cinco horas, portanto, aproximadamente às 19 horas estava dentro de um Boeing 747 imenso, de aproximadamente trinta anos de uso. A viagem cruzando o oceano Atlântico, foi tranqüila e rápida.


Momento do Embarque num Jumbo (Boeing 747)

A Chegada

Após sete horas de duração cheguei a Luanda. Apenas sete horas de duração, porém, Luanda possui um fuso horário diferente do nosso, quatro horas a mais, ou seja, cheguei às seis horas da manhã do domingo. Após o procedimento alfandegário que durou cerca de uma hora, ou um pouco mais, saí no saguão do aeroporto, onde estava esperando por mim o Rev. Antonio Bento, com uma plaquinha com o meu nome. Identifiquei-me, nos cumprimentamos alegremente e ele me ajudou a colocar as malas no seu carro uma pick-up Hillux. Partimos imediatamente para o hotel, distante cerca de dezoito Km, na região metropolitana de Luanda, chamada Bengue.



Foto pick-up Hillux do Rev. Antonio Bento

Ao chegar ao hotel, pouco tempo, ou melhor, dizendo, nenhum tempo tínhamos a mais, porém, o Rev. Bento foi gentil e me sugeriu um banho para tirar o enfado e que nos encontraríamos em trinta minutos na recepção do hotel. Findo o prazo nos reencontramos e fomos a Igreja Presbiteriana Ebenézer, na qual o Rev. Bento é pastor. Ela é uma igreja de extrema simplicidade. Um vasto salão que comporta cerca de duzentas e duzentas e cinqüenta pessoas. Neste dia, porém, talvez tivéssemos uma cento e cinqüenta, se muito tivéssemos.



Foto do culto da IPEbenézer Luanda-Angola

Quando lá chegamos o culto já havia sido iniciado. Tomamos assento com o Rev. Bento à frente no púlpito e o culto foi se desenrolando a maneira deles. Cantavam hinos tradicionais do Hinário Novo Cântico, em português, mas também, hinos contemporâneos em português e também em Kibundo, um dialeto da região de Luanda. O acompanhamento era feito com palmas, atabaque e uma espécie de chocalho, estes tocados pelas mulheres apenas. A igreja possui diversos grupos de louvor, porém, neste domingo que lá estive, apenas um de mulheres cantou. Este fato obrigou o Rev. Antonio Bento a repreender publicamente aos demais grupos que não haviam se preparado para cantar naquela manhã. Além do ritmo, das danças e de tudo o mais que chama a atenção de alguém que está diante daquela cultura pela primeira vez, destaco um alarido que é feito por algumas mulheres em todos os cânticos que são cantados, excetos nos tradicionais.



Resumo da Pregação feito pelo Rev. Antonio Bento no dialeto Kibundo
Quando me passaram a palavra, preguei como é costume meu apenas trinta minutos. Eu falei-lhes sobre a bendita esperança do cristão: A ressurreição! O sermão foi baseado na primeira carta do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses 4.13-18. Após o sermão o Rev. Antonio Bento, usou mais quinze minutos e resumiu o sermão no dialeto Kimbondo, pois os mais idosos não entendem muito bem o português, além do que eles, ao que me parece, querem preservar a língua dos seus antepassados.



Despedida após o culto
Logo após o culto, agora por volta das doze horas e trinta minutos, após ter cumprimentado cada irmão com caloroso abraço, fui conduzido ao hotel, onde almocei e dormir. Acordei as oito, jantei e novamente fui dormir até as seis horas do dia seguinte, onde deveria iniciar o cumprimento da missão que me levou a Angola.



Foto do hotel

Este foi o meu primeiro dia em Angola, na África. Breve voltarei com mais informações.
Abraço!
Rev. Marcos André Marques

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