sexta-feira, julho 02, 2010

VIAGEM PELO CIRCUITO DAS ENCHENTES EM PERNAMBUCO E ALAGOAS – PARTE II

Na manhã da quarta-feira, saímos de Garanhuns. Nossa equipe foi enriquecida com a presença do Rev. Edson Dantas, diretor do IBN e também, pastor da 4ª Presidente da Igreja Presbiteriana de Garanhuns e Presidente do Sínodo de Garanhuns. Ele esteve fazendo este mesmo percurso na semana passada, logo quando as águas baixaram e permitiram o acesso as cidades alagoanas atingidas pelas enchentes. Sua experiência no percurso foi valiosa para nossa equipe.

Nosso primeiro destino: Palmeirina. Uma cidade de difícil acesso que dista cerca de 57 Km de Garanhuns. Para chegar a esta pequena cidade, temos que passar por dentro da cidade de Angelim, terra do Rev. Antonio José. Devido às condições da estrada e da feira no centro de Angelim, a viagem foi feita em aproximadamente 1h e 30 minutos.
Em lá chegando, fomos imediatamente procurar o Rev. Edvaldo Pereira, pastor da Igreja Presbiteriana de Palmeirina e também da Igreja Presbiteriana de Cachoeira Dantas. Rapidamente encontramos o Rev. Edvaldo trabalhando na reconstrução da igreja, juntamente com outros irmãos e também com alguns pedreiros contratados. O Rio Mundaú, que não somente corta o município, mas que também nasce nas redondezas, causou grandes estragos na igreja e em diversas casas. O templo não resistiu com a força das águas, e ruiu. Contam os mais antigos que em cheias passadas várias casas ao redor da igreja haviam sido totalmente destruídas, porém desta vez, apenas o templo e a casa de uma irmã membro da nossa igreja caiu. A perda foi total, tanto da igreja (templo, bancos, som, microfones, aparelhos de TV e DVD, etc.) quanto da irmã Maria (casa, móveis, eletros-domésticos, etc.).

Saindo de Palmeirina tomamos o rumo do estado de Alagoas, exatamente o rumo de União dos Palmares, que juntamente com Arapiraca é uma das cidades mais importantes do interior das Alagoas. Ao chegar à cidade nos deparamos com um cenário de devastação e tristeza. Muita lama. Muitas casas destruídas. Muita sujeira e entulhos. Muita tristeza e desolação. As máquinas trabalhavam sem parar, a fim de retirarem o material que restou das casas, entre paredes, tijolos, restos de móveis, eletros-domésticos, roupas, etc. O Exército montou um acampamento para abrigar muitas pessoas e também montou um hospital de campanha, para atender a população que já enfrenta surtos de febre, hepatite e leptospirose. Devido ao estágio embrionário do trabalho presbiteriano em União, apenas uma família foi atingida, sem maiores problemas. Porém, parte da cidade foi devastada pelas águas. Ruas inteiras sumiram do mapa e algumas dessas imagens podem ser vistas nessa postagem.

De União dos Palmares seguimos para Santana do Mundaú. Também o que vimos nos deixou impressionados. Muita destruição, porém o povo estava trabalhando, tentando fazer com que a vida voltasse ao normal. Os colégios e associações estavam abarrotados de soldados do Exército e de pessoas buscando atendimento médico e psicológico. Com a amplitude da destruição, você fica sem noção do nível da força das águas. O homem fica totalmente impotente ante a fúria da natureza, obviamente, controlada por Deus. Em ambas as cidades, União dos Palmares e Santana do Mundaú, uma equipe da AME (Associação Missão Esperança), chefiada pelo Major Belmonte, um servo do Senhor de Brasília, esteve prestando ajuda em todos os sentidos, com médicos, para-médicos, enfermeiros e psicólogos, além da ajuda espiritual.

Passamos também as margens da cidade de Branquinha, completamente, ou quase completamente devastada. Fala-se que noventa por cento da cidade foi destruída. Margeamos também, a Murici e presenciamos um grande número de pessoas desabrigadas e desalojadas, em grandes abrigos e até na rodoviária da cidade que parecia está sendo invadida em uma tomada bélica.

Nossa viagem incluiu ainda, uma ida a Maceió, capital do estado de Alagoas, a fim de deixarmos a irmã Helen, funcionária do Mackenzie, que pegaria o vôo direto para São Paulo. Na seqüência voltamos para Garanhuns, onde deixamos o Rev. Edson Dantas, passamos em Caruaru, onde ficou o Rev. Flávio e rumamos para Recife, aonde chegamos às 21 horas, para ainda participar de uma reunião com o Rev. Jaed Vasconcelos e dois presbíteros da IPBarreiros. Dessa reunião participou o Rev. Samuel Santos, o Presbítero Clineu do CAS e eu. Exaustos, e sem jantar, concluímos a reunião e as nossas atividades às 23 horas.

Na manhã seguinte, o presbítero Clineu Aparecido, embarcou para São Paulo, e eu voltei as minhas atividades na direção do SPN, onde encontrei grande acúmulo de trabalho, isso para não falar dos trabalhos que minha esposa Jane e meu filho Max, juntamente com um grupo de voluntários fizeram durante todo o dia, na recepção, separação, organização e armazenamento de donativos, que graças a Deus não param de chegar.

Novas postagens a qualquer momento.

Em Cristo Jesus,


Rev. Marcos André Marques

Um comentário:

Filósofo Calvinista disse...

Rev.Marcos:

Parabéns pelo empenho e dedicação no socorro dos irmãos afetados. Infelizmente a maioria (da qual estou incluído) estava muito ocupada com o desempenho do Brasil na copa do mundo ou em seus confortáveis gabinetes. Será que um dia viveremos em essência o verdadeiro evangelho?

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